Escadas = esporte radical

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Aprenda a usar e não use o postulado de Bechara como eu

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Linha do tempo - Dia 2

Dia 2 - 26/01/10

04h00min – Consegui pegar no sono. Pior é que no sono acabei sonhando que estava sonhando que estava caindo e movimentei a perna. Adivinhei o que aconteceu? A alma saiu do corpo e eu dei um urro. A Amábile deve ter segurado no teto. A enfermeira veio ver o que tinha acontecido.

06h30min - Fui para sala de cirurgia. Lá o anestesista queria fazer uma rac. Tive de explicar que não tinha estabilidade de quadril. Depois tive de preencher uns formulários aceitando os riscos, etc. Eu não estava em condições de refutar. Estava na sala de preparação, com o chassi avariado e sem outra alternativa. Não tinha escolha, era aceitar ou aceitar.

14h30min - Voltei para o quarto. Percebi que meu pé estava estável e não queimava como antes. O quadril ainda estava parecendo um caminhão com o chassi torto parecendo que a roda de trás queria passar na frente. Era estranho.

20h00min - Minha primeira experiência em tomar um banho de leito. Foi um jogo de paciência. Me virar de lado representava alinhar as pernas, virar em bloco e torcer para que a abertura do quadril não se movimentasse nem um pouco. Qualquer movimento fazia a alma pular fora do corpo e apagar as luzes do mundo. Acho que dor tem cor de apagão e gosto amargo. Se eu não fosse tão acostumado com um bom banho pelo menos uma vez por dia eu iria enforcar o banho com certeza. Fato é, os enfermeiros foram muito atenciosos.

Comecei a maratona de medicamentos. Tramal para dor, outro para o estômago, outro para evitar trombose venosa e tudo no soro.

Ainda sem conseguir jogar um político para fora = fazer 2.

Hoje recebi o telefonema do amigo-irmão Sílvio lá do outro lado do mundo. Ele leu algo talvez no blog da Amábile e me ligou. Foi reconfortante receber o telefonema. Valeu Sílvio.

Consulte sempre um engenheiro

"Bilham, da Universidade do Colorado, estima que um engenheiro está envolvido em apenas 3% das construções erguidas ao redor do mundo."

Todos se esquecem que a auto-construção é um risco desnecessário. Se a casa apresentar trincas, fissuras, recalques ou qualquer outro vício a quem você irá recorrer? Ir atrás do pedreiro? Tolinhos! Esta raça nunca se responsabiliza por nada, podem se mudar como morcegos mudam de caverna, escorregam como bagres ensaboados.
O mínimo que a auto-construção pode resultar é o gasto excessivo de material e o colapso da construção é risco real.
Se vocês quiserem continuar acreditando no pedreiro que se diz entendedor de tudo, quando eles disserem para usar tal ferragem e tal estribo perguntem qual é a carga que tal estrutura suporta. Vocês não terão resposta.
Coisas simples são suprimidas. Os pedreiros, 99%, não se preocupam com o recobrimento mínimo das ferragens de colunas, vigas ou lages. Existe a boa prática para isso e frequentemente vemos ferragens expostas em peças de concreto estrutural. O que significa isto? A estrutura de concreto não é garantida e pode não suportar os esforços da edificação.
A norma de estruturas 6118 determina quanto deve ser o cobrimento mínimo das amaduras. A camada de concreto aumenta conforme a agressividade do local. Por exemplo, uma obra à beira-mar ou exposta a produtos químicos, como um armazém,tem mais risco de corrosão do que outra construída numa área rural.
Vocês sabem que o teor de água no concreto determina a sua resistência? Lembrem-se do que pedreiro mais gosta de fazer: colocar água no concreto até ficar um mingau. Para eles é uma beleza para colocar a massa nas formas, tudo escorre e pouco esforço é feito. Para as exigências estruturais é uma porcaria. O concreto deixa de ser concreto estrutural para ser concreto magro.

Na hidráulica, quantos de nós não nos deparamos com um pedreiro que quer reinventar os produtos da Tigre. A Tigre e Amanco tem toda uma linha de produtos com a mais variada gama de conexões e por vezes vemos os ditos entendidos aquecerem o tubo de PVC no fogo(normalmente num chumaço de papel queimando) e fazerem uma luva mirabolante. Vazamento? No futuro ele não estará mais na sua obra e você fica com o mico.

Na área elétrica não é diferente. Quantos pedreiros sabem de tudo, fazem alvenaria, hidráulica, elétrica, pintura. Acho que fazem cirurgias também.
Não é raro encontrarmos casas onde não houve nenhuma preocupação em atender aos requisitos da NBR5410. A norma determina o uso de DR e DPS. Vocês já ouviram falar disto? Pergunte ao seu pseudo sabe-tudo. Garanto que ele achará que é algo do outro mundo. Quem quiser mais detalhes eu explico o que é cada um destes dispositivos.

Reflitam: vale a pena correr o risco?
O assunto é sério e o conhecimento só se adquire colocando a bunda na cadeira da faculdade e cansando o pulso de tanto fazer cálculos.

Como avaliar riscos e benefícios antes de adquirir imóvel em construção? Veja a reportagem completa em http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/02/19/como-avaliar-riscos-e-beneficios-antes-de-adquirir-imovel-em-construcao.jhtm