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segunda-feira, 8 de março de 2010

Será que o Zé Ruela sabe fazer?

Novas construções deverão ter bom desempenho acústico


O desenvolvimento tecnológico permitiu a construção de edificações bastante leves se comparadas com as técnicas construtivas mais antigas e nem por isso menos resistentes. No entanto, isso acarretou uma piora do conforto acústico das construções e, muitas vezes, falta de privacidade. Podemos ouvir os vizinhos caminhando, discutindo, utilizando os banheiros, entre outras coisas.

O conforto acústico das construções foi negligenciado por muito tempo por construtoras e mesmo por clientes que estavam mais preocupados com a aquisição do seu imóvel. Passado o tempo, o aumento do poder aquisitivo fez com que a preocupação com a qualidade de vida e privacidade se tornasse mais evidente. O aumento do tamanho das cidades, do número de carros nas ruas, trânsito mais intenso, entre outros geradores de ruído, passou a ser observado e apontado como fonte de incômodo. Com isso, a questão da acústica começou a ser um fator de diferenciação das construções, já sendo objeto de divulgação como diferencial em alguns empreendimentos por construtoras e incorporadoras.

Tabela 1: Tipos de Áreas e níveis de decibéis


Até 2008, existiam basicamente duas normas brasileiras que tratavam sobre o tema ruído, as NBR 10.151 e NBR 10.152, além de legislação municipal - quando existia. A primeira norma diz respeito à avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto na comunidade, ou seja, trata do ruído comunitário, do ambiente externo às edificações, prescrevendo os níveis de ruído conforme a área de ocupação e período do dia (tabela 1). A segunda trata do ruído interno às edificações, isto é, estabelece os níveis para o conforto acústico de diferentes ambientes, prescrevendo os níveis de ruído recomendáveis para seu uso (tabela 2).

Tabela 2: Locais e níveis de decibéis


Essas duas normas prescrevem os níveis de ruído externos e internos às construções sem, no entanto, determinar como devem ser feitas as avaliações dos sistemas construtivos para que tais níveis sejam respeitados. E é para preencher esta lacuna que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou em 2008 a NBR 15575. Estas normas, compostas de seis partes, aborda o desempenho das construções sob diversos aspectos, entre eles o acústico. Elas prevêem uma série de requisitos de qualidade das construções e como quantificá-los. As normas determinam, para cada sistema construtivo, os requisitos que devem ser atendidos, os critérios adotados e o desempenho mínimo aceitável para que as edificações atendam as exigências dos usuários, independentemente dos materiais e sistema construtivo utilizados na construção.

Para atender o que recomenda a NBR 10.152, as normas NBR 15575 estabelecem requisitos para avaliação do desempenho acústico dos sistemas de pisos internos, de vedações verticais internas e externas, de coberturas e do sistema hidrossanitário. Para cada requisito são indicados métodos de avaliação e os valores de desempenho mínimo exigidos para cada sistema. Elas indicam também valores de desempenho intermediário e superiores para casos em que tais desempenhos sejam necessários.

Um ponto de interesse dessas normas é ter definidas as incumbências de todos intervenientes do sistema da construção civil, ou seja, incorporadoras, construtoras, projetistas, administradores pós-obra e usuários. A definição clara de métodos e critérios para avaliar o desempenho das construções permitirá exigir que fornecedores cumpram o que preconizam essas normas e, em caso de incômodo ou insatisfação de algum agente, rastrear onde está o problema da construção.

Com a entrada em vigor dessas normas NBR 15575, espera-se um aprimoramento da cadeia construtiva como um todo.

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