Faz muito tempo que não escrevo nada, absolutamente nada. Deixei de lado a minha companhia nas horas de desalento que foi este blog? Não, voltei à ativa e fui sendo engolido pela onda capitalista. Pensei várias vezes que eu era um baita desorganizado e não conseguia gerir meu tempo. Postei algo que voltaria falando do mundo corporativo e ficou apenas nisso. Falar do mundo corporativo é risco, tem de fazer usando metáforas, mas isso é só para o Veríssimo que sabe muitas.
Hoje, a esta hora, sem conseguir dormir, sentei aqui e comecei a escrever para desaguar a indignação com o ser humano que tem um poder, um poderzinho de merda. O caso maldito é o seguinte:
_ 2012 foi um ano para se arrancar do calendário. Foi o ano do retrabalho e da amarração. Todos se lascaram de verde amarelo. Eu comemorei o reveillon em 12/10/12, sem ser cabalístico e era só porque era o dia da Cidinha. Encerrei o ano por não aguentar mais tanta coisa dando errado. Em 20/12 teríamos uma reunião final com o chefe 1.0, 1.1. e 1.2 para as baboseiras padronizadas de fim de ano. Antes desta data o grupo ao qual eu faço parte vinha manifestando insatisfação com as rotinas e devaneios que nos levam à loucura. Fizemos uma reunião antes e muito de coração aberto e dispostos a melhorar o mundo fizemos um Ishigawa(o velho espinha de peixe) elencando o que estava ruim e o que poderia ser feito para melhorar - tipo receita de bolo. Intitulamos como o Manifesto Maya - a libertação do caos. Bem a contento, se o mundo não acabasse em 21/12, nós mortais não queríamos morrer em 2013 de tanto levar chicotada. Apresentamos, mesmo espremendo nosso tempo de 90 minutos para 10. Será que foi proposital?
Virou o ano e agendou-se uma reunião para 06/02/13 para o início de uma possível abertura de debate. Ontem, meu chefe 2.0 ficou igual a telesena(de hora em hora sempre o mesmo resultado) falando para eu ir numa reunião externa para outro assunto urgente. Botei na cabeça que a reunião do manifesto Maya fosse à tarde e fui à galope, ou melhor de moto, de manhã para a tal reunião do chefe 2.0. Estava lá, com toda a disposição do mundo e o chefe 1.0 me liga dizendo que estavam me esperando: a reunião era de manhã e o babaca, aqui relator, trocou os horários. Esbravejou, perguntou se era essa a importância que eu dava para aquele assunto e mais alguns palavrões. Disse a ele que a única coisa possível de fazer era pedir desculpas: falhei. Foi como ir para a lua de meu e sentar num iglu com cueca de seda: encroou. Perdi até a vontade de interagir com o colega da reunião. Lutei bravamente para manter o ânimo. Vontade era sumir no mundo. Voltei da zona sul para a zona leste, de moto, pensando se não era melhor ser motoboy. Já tinha moto, habilitação e sabia transitar. Só falta rever as finanças. Voltei ao QG, cabeça baixa, me sentindo o côco da lagartixa do metrô de Moscou. Que merda uma pessoa com esse poder: o de estragar o dia de uma pessoa.2013 vem quente que este ano eu vou mudar minha vida. Chega disso.